"Crescemos e aprendemos com novos e diversos relacionamentos. É a grandeza da diversidade. Nos separamos para sermos felizes com alguém que realmente nos complemente, mas não buscamos relacionamentos com tempo limitado, finito, já pensando no seu término, pensando em um dia "descartarmos" aquela pessoa da nossa vida." (Kátia)

Uma aula de Psicologia do Consumidor, ministrada pela professora Christiane Gade, marcou-me especialmente por tratar de um assunto do qual nunca havia parado para pensar. Era o ano de 1982 ou 1983, não recordo bem: pela primeira vez ouvia falar sobre a Era do Descartável. Sim, a "Era" em que os relacionamentos são descartáveis,como os copinhos de café que utilizamos fora de casa. Triste, não é mesmo? Mas contribuimos muito para isso. O medo de frustrar, magoar, decepcionar, traumatizar...faz com que muitas vezes deixemos nossa "marquinha" nessa "Era". Quando evitamos que nossos filhos sofram porque perderam ou quebraram um brinquedo, e rapidamente o trocamos por outro, estamos passando a mensagem que, quando perdemos algo que gostamos, podemos substituí-lo. Assim também quando tratamos a respeito da morte de alguém do seu contato, um ente querido, por exemplo. A noção de "viagem", implica em volta e por isso, as crianças acabam não sabendo lidar com a dor, tão importante no seu processo de vida, ainda mais quando elas tem alguém por perto para consolá-las e valorizá-las nesse momento tão difícil. É esse o nosso papel como pais e educadores. E quando não fazemos isso, estamos fabricando "robôs", pessoas (será que podemos chamar assim?) sem alma, seres individualistas e  egoístas.Corpos incapazes de amar e de sensibilizarem-se diante de situações de fome, miséria, catástrofes, abandonos e assim por diante. Não acreditam em relacionamentos duradouros e as amizades são todas focadas em algum interesse. Se prestarmos bem a atenção à nossa volta, podemos perceber o número crescente de filhos que matam os pais, pais que matam filhos e outras situações parecidas.
Ninguém é substituível...
Crescemos e aprendemos com novos e diversos relacionamentos. É a grandeza da diversidade. Nos separamos para sermos felizes com alguém que realmente nos complemente, mas não buscamos relacionamentos com tempo limitado, finito, já pensando no seu término, pensando em um dia "descartarmos" aquela pessoa da nossa vida.
Eu não quero isso prá mim...
Tenho tentado fazer a minha parte para não entrar nessa "Era" e não criar filhos robotizados. E você?

Com carinho,
Prô Kátia 

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