Quando o Napoleão chegou em casa, nem acreditei!!! Alegria???Não!!! : Total Desespero. Ele tinha dois meses. Parecia um novelo de lã da cor caramelo.Os meninos vibraram. Tinham dez e sete anos. Eu nunca tinha tido um animal na vida. Mentira: tive sim....peixinhos. Mas duraram pouquíssimo. Eu adorava alimentá-los e fazia isso a todo instante. Mas não se zanguem; eu só tinha uns cinco anos por aí. Minhas recordações com cachorro eram as piores possíveis. Minha avó ( desculpa Francisquinha, mas tenho que contar ), vivia dizendo para que eu não saísse senão algum cachorro de rua poderia me morder. Lembrava sempre para que fechássemos todas as portas de casa para que nenhum cachorro entrasse. Enfim, cachorro era tudo de ruim, né?
Minha mãe contava  ( e sempre chorava ) que o cachorro da vizinha, que a defendia de pessoas estranhas como carteiros, homens do gás e assim por diante, havia morrido atropelado em frente à nossa residência e que ela jamais esqueceria a cena, e também jamais teria um animal, pois doia muito perdê-los. Enfim...não preciso dizer mais nada, não é?
Agora eu tinha ali uma bolinha peluda, bagunceira, barulhenta, porquinha, faminta, mas...infinitamente fôfa!
Claro que sobrou para mim. Justo eu que tinha medo até de chegar perto. Foi uma adaptação para nós dois.
Minha filha, o pegava no colo, bricava com ele, cuidava nos momentos cruciais quando, por exemplo, ficou resfriado e ficava se engasgando. Eu nem sabia que cachorro se resfriava...Achei logo que tinha engolido um brinquedo dos meninos. A Mari cuidou dele, levou ao veterinário e eu...ficava por perto com um enorme nó no estômago. Percebi ali, que ele já era importante. Outra vez, levou uma mordida no focinho de um outro cão no prédio. Sangrou e de novo, a Mari mesmo tão novinha, cuidou com todo carinho dele medicando de acordo com as indicações do pediatra, digo, veterinário. E eu...morrendo de vontade de chorar.
E muitas outras situações ocorreram: fugas, escapadas da coleira em que meu filho desesperado precisou correr atrás dele, temendo que fosse atropelado.( Nesses momentos, passo a acreditar que cães também tenham seus anjinhos.) E os intermináveis passeios que faz com ele, até o por do sol eles curtem juntos...
Meu pai diabético e sem uma das pernas que foi amputada em decorrência da doença, precisava fazer muita força para levantar-se e passar para a cadeira de rodas. Nessas horas, Napoleão rapidamente, subia na cama e empurrava com o focinho, pelas costas, tentando auxiliar.
Certa vez, durante uma discussão "calorosa" dos meninos, ele pegou um chinelo, postou-se entre os dois, e chacoalhava como se estivesse dando uma chinelada nos brigões. Detalhe: ele nunca presenciou nada parecido aqui em casa.
Agora, me digam: dá para não se apaixonar? Costumo dizer que ele é o filho que menos me dá trabalho. Entendo bem quando papai dizia que gostaria de "ir" antes dele, porque não suportaria a sua ausência. Papai partiu em 2008 e Napoleão ficou meses sem me procurar, talvez porque tenha ficado na porta vendo eu levar meu pai para o hospital e nunca mais trazê-lo de volta...

Ah!...Napô Que bom ainda tê-lo conosco e poder fazer essa pequena homenagem "in vita" para você!
Com carinho e gratidão,
Kátia ( mamy)

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Unknown disse...

;-; Que legal a história