A cada ano surgem alterações em diversos vestibulares. A Unicamp, por exemplo, mudou recentemente o modo de avaliar a redação dos alunos, e o ENEM foi adotado como forma de seleção dos alunos que ingressaram nas faculdades federais do Brasil.

Com tantas mudanças e inovações, são poucas as escolas que realmente estão preparadas para tudo isso. Ainda mais com cada vestibular adotando um jeito próprio de avaliação --há faculdades com vestibulares mais modernos e outros mais antiquados.

A nossa educação é arcaica e devota das áreas de exatas e biológicas. Prova disso são os alunos que pretendem prestar direito, publicidade e propaganda, artes plásticas, teatro, cinema em faculdades públicas e que precisam estudar química, física e biologia, matérias que a Fuvest e a Unicamp ainda exigem de seus alunos e que vestibulares de faculdades particulares já descartaram por não possuírem ligação com os cursos oferecidos. 

A ESPM e a Cásper Líbero, representantes das melhores faculdades de publicidade e propaganda e jornalismo, respectivamente, são pioneiras no assunto de modernização de seus vestibulares. A Cásper possui uma lista de filmes obrigatórios e ambas possuem grande foco na área de humanas, como, por exemplo, atualidades, literatura, arte, história; o que se torna óbvio quando nos deparamos com os cursos que as faculdades oferecem e sua procura por alunos especializados.

Mas como os estudantes podem se aprofundar nesses assuntos se a maioria das escolas e dos cursos pré-vestibulares ainda possui seu maior foco nas faculdades públicas? Embora existam cursos preparatórios para essas faculdades, eles são caros e poucos são capazes de financiá-los.

É uma escapatória desse sistema conservador, mas que apenas a alta sociedade pode bancar. Há o estudo e preparo de cada um? Sim, mas não podemos esquecer que o auxílio de um curso preparatório e de um professor especializado contribui para a formação do aluno, caso contrário, não existiriam escolas e professores e todas as crianças aprenderiam com os livros.

Novos vestibulares e poucas mudanças nas escolas. Os alunos saem prejudicados? Sim, não há dúvida. Muitos ainda podem se sentir prejudicados, aleijados e fracassados porque “nunca” poderão ingressar numa faculdade que requer uma abordagem maior em áreas de humanas.

É um pessimismo devastador, mas que acaba se tornando a realidade de muitas pessoas. Está na hora do nosso governo e de nossas escolas pensarem em novos modelos de formação, pois o que rege nosso país já está datado.

Por Felipe Gonçalves Guimarães
@felipegguima
Escrito por Mayra Maldjian

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