Interessante este artigo que já foi publicado há tempos, mas cabe na nossa atualidade e vem de encontro a muito do que já se falou por aqui...


FOLHA DE S. PAULO - outubro 2010


O diretor de tecnologia do colégio Bandeirantes, Sérgio Américo Boggio, começou a notar no fim dos anos 90 uma mudança no perfil dos novos alunos. De acordo com ele, esse novo estudante é "multitarefa" e pouco tolerante a frustrações. Para reter sua atenção, Boggio diz acreditar que é preciso desafiar constantemente seu senso comum com exemplos do dia a dia. "Eles ficam invocados e prestam mais atenção."

Folha - Por que o aluno lida mal com frustrações?
Sérgio Américo Boggio - Porque foi pouco exposto a elas na primeira infância. Os brinquedos do passado, como o pião, eram simples. Se viessem com defeito, a criança normalmente tentava consertá-lo. Hoje, os brinquedos são mais complexos; o pião vem com lançador. Se não funcionar, os pais o trocam. Não há frustração. Hoje, aquilo que desobedece a criança a cansa rapidamente. Mas saber lidar com frustrações é essencial para a vida.

Como é possível exercitar essa habilidade na escola?
Uma possibilidade é o uso de oficinas. Criei uma oficina em que o aluno trabalha com objetos do mundo real (madeira, cola) e virtual (software, internet). Estimulo a transição entre esses dois mundos. No processo, sempre surgem imprevistos. Uso a oportunidade para estimulá-los a não desistir, a superar os obstáculos.

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