Leiam o texto abaixo e reflitam...
Dispensa qualquer comentário!
Kátia
Labradores visitam diariamente lago onde dono morreu afogado em SP
Durante uma semana, a vida de Max e Lua foi esperar. O cheiro, a
voz, os afagos, tudo faltava, alguma coisa estava fora de lugar. Afoito, o
casal de cães labradores passou os dias às margens de uma lagoa em Araçatuba (a
527 km
de São Paulo).
Os dois
correram em círculos, farejaram a grama. Estavam, na verdade, aguardando que o
dono, o vigilante Luís Almeida, 46, voltasse logo.
A espera
começou em 18 de fevereiro, um dia depois de Luís morrer afogado naquela lagoa,
próxima à chácara de sua família.
Max, 2, e Lua,
de sete meses, que nunca haviam colocado as patas ali, passaram a se arriscar
naquelas águas.
"Eles
andavam de um lado para o outro e, bem no local onde o Luís afundou, ficavam
nadando em círculos", conta a cabeleireira Analiete Almeida, 43, viúva do vigilante.
"Na
margem, bem onde ele foi socorrido, eles ficaram cheirando por muito
tempo."
Cansados,
tristes e se alimentando pouco, Max e Lua continuavam irredutíveis até serem
retirados da chácara no início desta semana.
Os cães foram levados para uma casa da família na cidade.
"Eles voltaram a comer e agora estão melhores", diz.
A
cabeleireira espera levá-los neste fim de semana de volta para a chácara, onde
os dois foram criados e têm mais espaço para correr.
Luís sempre
teve receio de nadar. Nunca sequer havia entrado na lagoa, onde outras duas
pessoas morreram.
Naquele
dia, porém, decidiu ir até lá com dois amigos. Resolveu atravessar a lagoa.
Conseguiu ir. Na volta, afundou.
Os
bombeiros foram chamados, mas não conseguiram reanimá-lo. "O Luís era
muito amoroso com bichos, tinha pássaros, cachorros e gostava muito deles. Sem
dúvida, Max e Lua sentiram falta dele e foram procurá-lo", diz a viúva.
André, 24,
filho de Luís, diz ter se surpreendido. "Eles tinham muito carinho pelo
meu pai, sem dúvida estão sentindo muita falta dele."
'SEMPRE
AO SEU LADO'
Símbolo da
lealdade canina, o akita Hachiko ganhou em 1934 uma estátua em frente à estação
de trem de Shibuya, no Japão, para reproduzir a posição de espera que manteve
no local após a morte de seu dono.
Hachiko
costumava aguardar o desembarque do professor Hidesaburo Ueno e, após a morte
dele, em 1925, repetiu a rotina de espera por anos.
A história
inspirou o filme japonês "Hachiko, a Dog's Story" (1987) e a versão
americana, de 2009 --aqui chamada de "Sempre ao Seu Lado".
KAIO ESTEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA