INTRODUÇÃOVerificam-se atualmente diversas mudanças sociais as quais implicam no comportamento pessoal de cada individuo, mediante a isto surgem novas discussões a cerca de vários assuntos, entre estes temas esta o que envolve a questão das pessoas excepcionais. Tais discussões pautam-se no sentido de agregar as responsabilidades da sociedade perante essas "pessoas tão diferentes", para que realmente possa haver a inclusão desses indivíduos em todos os ambientes e atividades da vida social e escolar.
No entanto, através da educação e outros órgãos competentes, deve-se buscar sensibilizar a sociedade para a necessidade de um melhor relacionamento com as pessoas portadoras de necessidades especiais, fazendo com que a sociedade possa valorizar as habilidades de cada individuo independentemente de suas limitações, proporcionando o resgate da criança-cidadã, buscando assim, através de um diagnóstico um caminho para o seu despertar na vida social.

UMA MENTE BRILHANTE: TRANSTORNO OU SUPERDOTAÇÃO?
No filme "uma mente brilhante" pode-se perceber comportamentos intrigantes do personagem apresentado como "Nash", o qual demonstra certo convívio social, toda via é notável que em algumas situações ele se isola em um mundo imaginário o qual muitas das vezes é confundido com o real. Nessa fantasia é importante observar a idealização de personagens fictícios, aos quais são atribuídos necessidades e valores pessoais. Pois seus personagens criam vida a cada necessidade de interação social ou problemas vivenciados pelo personagem, a exemplo a criança e seu melhor amigo os quais representam a precisão de ter uma interação familiar e também de um grupo social de amigos, para compartilhar emoções e problemas. Já a imagem de um Chefe meio ríspido, simboliza as dificuldades vivenciadas por Nash em seu trabalho, e em suas novas responsabilidades. Toda via a aparição de todos os personagens advêm da precisão de parecer mais útil e importante que outros, os que muitas das vezes alimenta o seu ego e o ajudam a vencer seus "problemas sociais".
Desta forma fica nítido no filme, (trecho em que o artista principal passa a tomar remédios para controlar as alucinações) a dependência social de Nash por seus personagens fictícios, pois alem dos remédios o deixarem mais lento, para dar continuidade a suas atividades rotineiras, a ausência de seus "amigos imaginários" , o fazem se sentir solitário e inútil, o que não lhe ajudava a melhorar.
"Medico: por que parou com os remédios?
Nash: por que não podia trabalhar, não podia cuidar do meu filho e também... Satisfazer minha esposa. Acha isso melhor que a loucura?"
É notável então que ate o momento em que Nash pensa que suas alucinações fazem parte de seu mundo real ele se sente mais seguro para interagir com a sociedade, mas no momento que acontece a quebra da realidade com o fantasioso, se estabelece um conflito entre o real e o imaginário, o que provavelmente lhe causa mudanças repentinas de comportamento, os quais lhe impedem de interagir, algumas vezes, com as pessoas.
Todavia nas cenas apresentadas pelo filme, observou-se varias situações, as quais a priori podem ser confundidas com alguns transtornos invasivos do desenvolvimento (TID), pois o individuo apresentava dificuldades de interação social, haja visto que seu comportamento e sua fala surgem de maneira desorganizadas podendo ser diagnosticado como autista a exemplo na sena em que Nashe precisa cuidar de seu filho:
"Nash: eu quase peguei... Charles toma conta do bebê...
Não... Deixa ela fora disso... Ela não tem culpa... Não vai não... Não"...
Sua falta de atenção e desordem de comportamento também pode ser confundida com hiperatividade. Mas suas alucinações, não se enquadram dentro das possíveis hipóteses levantadas, e com a presença deste comportamento pode-se conclui o diagnostico em esquizofrenia.
Contudo há presenças de comportamentos que o podem definir de outra forma, pois apresenta fácil aprendizagem, sua forma original de pensar e agir são de extrema destreza, e incomum para muitos seres humanos. Sua persistência em resolver problemas que parecem não ter solução o transforma em um ser curioso, inquisitivo e cético. A pesar de apresentar certa pobreza de discurso, em sua fala sempre demonstra honestidade perante as pessoas, podendo o definir como super dotado.
Toda via temos ciência, que o estudo de pessoas especiais não se encontra tão avançado como esperamos que o seja nas próximas gerações. E também somos cientes que os fundamentos teóricos surgem através de praticas observáveis como relatos de experiências. Desta forma, para se obter diagnósticos aproximáveis a realidade do professor Nash, se propõe observar e ouvir indivíduos que apresentem comportamentos que se igualem aos comportamentos apresentados pelo O mesmo. E mais do que observações e relatórios, é necessário perceber que pessoas como Nash são indivíduos sociais que agem e sofrem em meio à sociedade, e por este fato necessitam ser inclusos na sociedade. Para tanto assim como qualquer outro individuo devem ser preparados para serem inseridos no contexto social, inclusão esta que pode ocorrer de diversas maneiras, seja através da família ou de instituições, a qual deve ter o constante objetivo de garantir o melhor desenvolvimento possível a estes indivíduos, prezando a qualificação do espaço e do profissional que ira interagir com pessoas excepcionas.
Pois no âmbito desses espaços o individuo especial não pode ser considerado um problema. Para tanto estas instituições não podem ser limitadas de maneira alguma. Devendo apresentar um espaço amplo, natural e bem equipado tanto de bons profissionais quanto de aparelhos que possam ajudar no desenvolvimento do individuo. Alem disso a instituição precisa ter a idéia de um conjunto social, pois independente de tudo, todo ser humano vive em sociedade e o especial não é diferente e precisa de convívio social. Pessoas que tem comportamentos como os apresentados por Nash não podem ser consideradas totalmente limitadas, pois pensam e agem, sendo capazes de contribuir socialmente de maneira indireta ou direta, por tanto devem ser expostos a situações do cotidiano de uma pessoa normal, para que possam obter sua individualidade, responsabilidade e liberdade. Tendo em vista que estes indivíduos devem manter contato não só familiar, mas também com pessoas diferenciadas e capazes de compreende-los, como sujeitos direcionados a medicina e pessoas envolvidas com a educação, os quais deveram agir sob o comportamento já observado. Sendo capazes de desenvolver dinâmicas de socialização de grupo, aponto que o individuo se sinta seguro entre o grupo para compartilha emoções futuras.
Poderão também trabalhar o lúdica como uma passagem do imaginário para o real, de forma que o individuo possa assim como Nash desenvolver a habilidade de conviver na sociedade sem se sentir prejudicado por alucinações que são constantes em sua vida. Devem trabalhar atividades praticas ao ar livre, que não limite a visão de exploração espacial do individuo. E para melhor proveito de qualificação profissional e socialização futura, é interessante o registro de relatórios individuais, e que sejam gravadas todas as atividades realizadas com estes excepcionais.
No contexto social é importante perceber que a interação destes indivíduos acontecem de diferentes maneiras e em outros locais considerados sociais como as escolas, que presentemente sofrem certas dificuldades em incluir em estes indivíduos.
A pesar de atualmente existirem leis que incluam pessoas especiais no âmbito escolar como a lei de "Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica" que em seus princípios afirma que "a adoção do conceito de necessidades educacionais especiais e do horizonte da educação inclusiva implica mudanças significativa" (2001). Ainda nos deparamos com escolas extremamente tradicionais, tanto em sua estrutura física como no comportamento adotado por seus profissionais.
E para que ocorra uma real inclusão escolar é necessário despadronizar a sala de aula, de modo que o aluno possa ser percebido como ser que age e sofre a reação do contexto que esta inserido. Desta forma a escola deve se desprender de seus pré-conceitos, e tentar juntamente com este aluno aprender a ser capaz de ver o mundo de forma diferente, transformando-se em um espaço aberto para apresentar experiências novas e significativas, através de materiais "abstratos e reais", que represente "real e simbolicamente um elo entre o mundo construído pelo educando e o que o educador deseja ensinar ou aprender". Pois em nossos dias atuais pessoas como Nash vem de certa forma se destacando socialmente, desta maneira se faz necessário estudar mais e mais a conduta destes indivíduos como nas disciplinas: Produção do Conhecimento; Educação Especial e Educação Inclusiva, que tendeestudar e compreender o comportamento de indivíduos caracterizados por agirem diferentes de outras pessoas inseridas em um mesmo contexto social. Afinal pessoas especiais existem em todo o mundo e algumas vezes apresentam comportamentos que se relacionam de tal forma que alguns indivíduos não chegam a fechar diagnósticos exatos e outros podem acabar obtendo um diagnostico de maneira erronia, a exemplo a relação de comportamentos entre indivíduos imperativos, altistas e super dotados. A autora Denise de Lima (2010, p?) em seu artigo relata:
"Alguns comportamentos do superdotado e do hiperativo podem se assemelhar: a ansiedade e a agitação quando a criança vivencia uma situação estimulante e de aprendizagem, assim como a falta de atenção e a desmotivação quando o assunto não a interessa. A desatenção, a ansiedade e a agitação do hiperativo são comportamentos permanentes devido à alteração neurológica que se dá na área motora". (Extraído do Artigo: LIMA, Denise Maria de Matos Pereira. Transtorno de Déficit de Atenção e Super Dotação. 2010, p?).
Devido estas relações de comportamento deve-se ter cuidado em observações e anotações que possam ser feitas, para que a pessoa observada não sofra constrangimentos futuros em suas limitações, pois comportamentos limitados não tendem a serem presentes só em pessoas consideradas especiais, mas em todo o ser humano que sofre influencia social.

CONSIDERAÇÕES FINAISPode seperceber em nossos dias atuais a existência de muitos problemas ainda sem soluções como é o caso de pessoas especiais que devido o pouco conhecimento cientifico sofrem de diversas formas sociais, por causa de suas limitações. Assim como o personagem Nash estas pessoas ainda sofrem com o pré-conceito e falta de compreensão social, mesmo existindo leis que amparem esses indivíduos são necessárias mais atitudes sociais, tais quais sejam capazes de reconhecer a importância desses seres perante a sociedade.
Devemos então primeiramente respeitar o outro como ser humano "independente deste se mostrar com muitas limitações ou não", reconhecer seus dons e suas falhas. Desta forma estaremos prontos para receber qualquer individuo sendo este excepcional ou não, afinal todos somos "unos" e agimos diferentemente uns dos outros.
Para tanto é necessário que a própria sociedade tenha mais esclarecimento sobre pessoas especiais, instituições e famílias possam receber mais apoio, psicológico, farmacêutico e ate mesmo educacionais como palestras oficinas e outros, pois lhe dar com indivíduos excepcionais muitas das vezes se torna cansativo e estressante, principalmente quando não se sabe que atitudes se devem tomar perante uma crise de comportamento. Algumas vezes as pessoas que lidão com pessoas especiais e ate mesmo o próprio excepcional se sente só e incompreendido por não saber como agir em sertas situações, para tanto a única solução é a troca de conhecimento entre ambos.
Contudo se tem ciência que o estudo de pessoas especiais é recente perante muitos estudos sociais, por tanto ainda existe muito para se descobrir sobre esse "ser enigmático", o qual muitas das vezes se transforma o excepcional para a sociedade.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica/ secretaria de educação especial- MEC; SEESP-2001.79,p
LIMA, Denise Maria de Matos Pereira.Transtorno do déficit de atenção e a superdotação.Disponível em <http://blog.educacional.com.br/altas_habileduc/>Acessado em 07/04/2010.
SABATELLA, Maria Lucia Prado. Talento e super dotação: problema ou solução? 2. Ed. Ver., e ampl.- Curitiba: IPBX, 2008.
FACION, Jose Raimundo. Transtorno do desenvolvimento e do comportamento. 3. Ed.rev. atual.- Curitiba: IPBEX, 2007.
LANDAU.E. A Coragem de ser Super Dotado. são Paulo. Ed: arte & ciência 2002.

Perfil e Links: miaufofa@yahoo.com

Fonte do Artigo: http://www.soartigos.com/artigo/11352/uma-mente-brilhante:-transtorno-ou-superdotacao/

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