Nos anos 1960, programação era coisa de mulher. Hoje, há menos mulheres na área do que há 40 anos. O que houve?
Anna Lewis, especial para o Washington Post*

                                                                           Almirante. No texto, Grace Hopper comparava
                                                                                 o ato de programar a fazer um jantar
“É como planejar um jantar”, disse a almirante Grace Hopper, pioneira da informática, num artigo para a revista Cosmopolitan em 1967. “Você precisa planejar com antecedência e programar cada coisa para que esteja pronta quando você precisar dela.” Carne de panela ou programação de computador – ambas poderiam ser trabalho de mulher.

Na primeira vez que vi esse artigo, estava trabalhando num recrutamento para uma empresa de software. Passei o último ano tentando conseguir que mais mulheres com formação universitária se candidatassem a um programa de estágio de verão. Continuei vendo relatórios dizendo que a proporção de mulheres que em cursos de informática estava crescendo. Era cerca de 25% em algumas instituições de elite, como Harvard, MIT, e Carnegie Mello. Isso pareceu uma boa notícia, mas não foi um aumento triunfante. Foi só um leve aumento em relação ao que havia.
Quando a matéria “The Computer Girls” (As garotas do computador) saiu em Cosmopolitan, 11% das graduadas em informática eram mulheres. No fim dos anos 1970, a porcentagem superou o mesmo número que estamos aplaudindo hoje: 25%. A proporção de mulheres formadas em informática atingiu um pico de 37% em 1984.
Depois, as mulheres deixaram a informática aos bandos – enquanto seus números cresciam em todos os outros campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Em 2006, as mulheres eram somente 20% das pessoas em informática.
Os números sugerem que há mulheres aptas; elas simplesmente não estão escolhendo a informática. Talvez um olhar para trás, para o momento “garota do computador” possa ajudar a reverter essa tendência – tanto por companhias que formam esse talento, como para as jovens que não estão querendo codificar.
A programação costumava ser um campo que atraía mulheres, mesmo quando a sociedade era menos favorável à ideia de mulheres buscando carreiras de toda a vida nas ciências.
Nasa. A era da esposa caseira foi também a era da corrida espacial da Guerra Fria. Na coleção de ensaios Gender Codes: Why Women Are Leaving Computing (Códigos de gêneros: por que as mulheres estão abandonando a computação), os ambientes de computação na Nasa são descritos como a própria definição de uma divisão profissional por gênero.
Os sistemas de controle que lançavam homens ao espaço eram dirigidos por computadores mainframe (de grande porte) comandados por instruções de programação escritas em blocos de codificação de papel.
Fileiras e mais fileiras de “perfuradoras de cartões” abarrotavam salas quentes de porão traduzindo as instruções nas folhas em cartões perfurados. Operadores de máquinas (homens) aguardavam em salas espaçosas e frescas acima os mensageiros entregarem os maços de código traduzido que eles alimentariam em leitoras de cartões.
As “perfuradoras de cartões” não tinham perspectiva; elas conservavam seus empregos por alguns anos entre a formação universitária e o casamento. Pensem na série de TV Mad Men com um viés tecnológico e sem vez para Peggy Olson.
Ao mesmo tempo, porém, a indústria de computadores comerciais estava em franca expansão. O setor logo enfrentou uma escassez atroz de programadores e analistas de sistemas. Como muitos setores durante a 2ª Guerra, a informática precisava de força de trabalho, e as mulheres contavam como força de trabalho.
Mulheres formadas começaram a acorrer para aulas de informática, onde poderiam se esquivar das legiões de “perfuradoras de cartões” e entrar diretamente nas fileiras de programadores e analistas de sistemas. Outros fatores também encorajaram sua opção. Por exemplo, muitos programas acadêmicos de informática eram abrigados inicialmente não em divisões de ciência ou engenharia, mas nas faculdades de artes liberais, onde mulheres haviam feito incursões culturais.
Os homens ainda não haviam entrado em quantidades significativas na informática; eles também estavam apenas começando a reagir à demanda do setor. A informática era uma nova fronteira na qual as regras sociais e profissionais ainda estavam indeterminadas.
Controle. No artigo de Cosmopolitan, programadoras se descreveram como “profissionais plenamente aceitas”. Diferentemente de outras profissões tradicionalmente femininas ou outros campos científicos, a programação oferecia às mulheres um grau sem precedente de controle: controle sobre máquinas – “dizer a máquinas milagrosas o que fazer e como fazê-lo” – bem como o controle sobre bons salários e carreiras impulsionadas pela aspiração intelectual.
Será possível que, como nos anos 60, a demanda de programadores pela indústria possa estar alimentando um interesse renovado de mulheres pela informática? As mulheres de hoje enfrentam bem menos elementos de dissuasão que suas antecessoras nos anos 60 e 80. Universidades tentaram recrutá-las para a informática com programas de extensão no ensino médio, oportunidades de networking e um currículo reformado que retira a ênfase da experiência em programação antes da universidade. Mas as mulheres com quem conversei em feiras de emprego lamentam o computador doméstico como um brinquedo de menino, a dominação dos laboratórios de computadores escolares por adolescentes masculinos intimidadores e a desagradável combinação de sexo e violência na maioria dos jogos de computador.
A maioria das mulheres graduadas começou seus cursos introdutórios com menos experiência que seus colegas masculinos, que são tipicamente hackers desde a pré-adolescência. E como as mulheres formadas em cursos de graduação em informática são poucas e muito dispersas, e porque elas tendem a fazer amigos fora de seu campo principal, a falta de amizades pessoais que ajudam a informar escolhas profissionais iniciais colocam as mulheres em desvantagem.
Conversei recentemente com uma estagiária que recordou como o GNOME Project, um projeto de software de fonte aberta e gratuito, recebeu, em 2006, quase 200 inscrições para o Google Summer of Code – todas masculinas. Quando o GNOME anunciou um programa idêntico para mulheres, enfatizando as oportunidades de aprendizado e não a competição dura, ele recebeu pedidos de inscrição de mais de 100 mulheres altamente qualificadas.
O que me espantou ainda mais foi quando ela sugeriu que nosso próprio slogan de campanha – “Nós ajudamos os melhores desenvolvedores do mundo a fazer software melhores” – poderia afastar candidatas em potencial. No mundo da informática, “quando se ouve a expressão ‘os melhores desenvolvedores do mundo’ a gente pensa num rapaz”, disse a estagiária.
A programação oferece desafios intelectuais, a chance de mudar a vida mediante a tecnologia – e um polpudo salário inicial. Décadas atrás, mulheres bem remuneradas programavam com paixão e imaginação ao lado de homens que as recebiam como iguais. As “garotas do computador” de hoje, e seus congêneres masculinos, estão prontos para fazer o mesmo.

*ANNA LEWIS, RECRUTADORA DE TALENTOS FREELANCE E ESCRITORA, FOI ATÉ RECENTEMENTE DIRETORA DE RECRUTAMENTO NA FOG CREEK SOFTWARE.
/ TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

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http://blogs.estadao.com.br/link/tag/nasa/
O número de universidades que usa a prova como única seleção, no lugar do próprio vestibular, está aumentando. Por isso, o nível de exigência das provas subirá.

Daqui a um mês, 4,5 milhões de estudantes brasieliros vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio. O Enem pode garantir vagas em universidades. E as provas deste ano serão diferentes.

Flávio é um aluno dedicado, quer ser Engenheiro Químico e está de olho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porque a universidade onde ele quer estudar vai usar o resultado do Exame pra substituir o vestibular.

Este ano, 43 universidades públicas já decidiram usar o resultado do Enem para selecionar seus alunos, e o número está aumentando.

Por isso, depois de 11 anos, o nível de exigência das questões do Enem deve ficar mais alto, mas isso não quer dizer que as provas ficarão mais difíceis.

Flávio estudou em detalhes os exames simulados divulgados pelo Governo Federal e os preparados pela escola onde estuda. Já sabe exatamente o que o espera no dia 3 e 4 de outubro.

“Não é um assunto de forma nenhuma você tem que saber um pouco de tudo para poder ir bem, não tem decoreba”, disse.

Mudanças no Enem exigem integração de matérias
O número de universidades que usa a prova como única seleção, no lugar do próprio vestibular, está aumentando. Por isso, o nível de exigência das provas subirá.
 
Mudanças no Enem exigem integração de matérias
O número de universidades que usa a prova como única seleção, no lugar do próprio vestibular, está aumentando. Por isso, o nível de exigência das provas subirá.
Mudanças no Enem exigem integração de matérias
O número de universidades que usa a prova como única seleção, no lugar do próprio vestibular, está aumentando. Por isso, o nível de exigência das provas subirá.
 

Em uma aula de preparação para o Enem, não dá para se saber se a matéria é química ou geografia. É uma mistura do conhecimento com a atualidade, exatamente como deverão ser muitas questões do Exame.

Elizângela vai fazer a prova pela quinta vez. Ao fazer as provas simuladas, também teve a sensação de que a exigência aumentou.

“Está exigindo que você não tenha só conhecimento da escola, do Ensino Médio, em geral, mas conhecimento com a atualidade do mundo com o que está acontecendo ao nosso redor”, contou a estudante.

As provas são diferentes, o método de seleção pode estar sendo aperfeiçoado, mas tem coisa que não muda: depois de uma semana debruçado sobre os livros, Flávio não dispensa a vela pra Nossa Senhora.
 
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Professor diz ter sido atingido durante choque entre a categoria e policiais.
Batalhão afirma que objetos jogados pelos manifestantes geraram ferimento.

André Teixeira Do G1 CE


Professor Freitas diz que foi atingido por cassetete; Batalhão de Choque afirma que ele foi acertado por objetos arremessados pelos próprios manifestantes. (Foto: Alex Costa/Agência Diário)
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O professor atingido na cabeça durante as manifestações na Assembleia Legislativa do Ceará na tarde desta quinta-feira, quando os grevistas tentaram invadir o plenário para impedir os deputados de aprovarem a lei do piso salarial proposta pelo Governo do Estado, diz Arivaldo Freitas, que foi “pressionado contra a parede” e acertado por um cassetete. “A manifestação já estava controlada, muitos manifestantes já tinham desistido quando eu fui acertado”, diz o Arivalto. O Batalhão de Choque da Polícia Militar diz que paus e outros objetos jogados pelos manifestantes geraram o ferimento.
Mesmo com as manifestações, a lei foi aprovada em regime de urgência e determina um salário de R$ 813,79 para professores com ensino médio. Os professores alegam que o Governo de Estado não cumpre a Lei do Piso Nacional, que exige um salário de no mínimo R$ 1.180 para os profissionais do ensino médio.
Professor ferido estava acampado na Assembleia
Freitas é professor de matemática em estado probatório, aprovado no último concurso do Estado. Ele diz que estava no comando de greve “dando apoio” e participava do acampamento na Assembleia que começou na tarde de quarta-feira (28).

Em nota à imprensa, a Assembleia Legislativa disse que os professores feridos foram atingidos por objetos arremessados pelos próprios manifestantes.
Segundo o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, major Alexandre Ávila, os policiais "fizeram a linha de contenção visando evitar a invasão do plenário". Ávila declarou à reportagem da TV Verdes Mares que o professor foi atingido por paus e outros objetos arremessados pelos manifestantes.
Arivalto Freitas foi levado ao Hospital Instituto Doutor José Frota, no Centro de Fortaleza, com ajuda de outros professores. Ele fez uma tomografia e ficou constatado ferimento no crânio. Ele diz sentir dor de cabeça forte.
O professor diz também que deve evitar as manifestações sindicais nos próximos dias. “Acho que meu estado não vai permitir”, explica. O professor recebeu alta hospitalar por volta de 17h.

Protesto
Os professores realizam protestos na Assembleia Legislativa contra a aprovação do piso dos professores - abaixo do que exige a Lei Nacional do Piso -, votada nesta quinta-feira (29) pelos deputados cearenses em regime de urgência. O líder do Governo na Assembleia, deputado Antônio Carlos (PT), diz que estão abaixo do piso apenas uma quantidade “irrisória” de professores que têm até o Ensino Médio. O deputado diz também que a matéria foi aprovada após ser debatida com integrantes do governo e representantes dos professores. A categoria está em greve desde o dia 5 de agosto.

Link: http://glo.bo/rekHgy

****************************************Uma notícia para  repudiar!
Como tratar assim um professor que só está lutando por melhores e merecidas condições?
Vamos contestar!!!!!!!!!!!!!!

Kátia

Vivemos em um momento onde as palavras de ordem são: olhar para o próximo, fraternidade, compaixão... Ser egoísta? Nem pensar!
Vou dizer algo que talvez pareça estranho: o cuidado máximo começa com você, começa com o aprendizado do egoísmo. Parece estranho ler isso, pois dá a impressão de um aspecto negativo. Mas tem o seu lado positivo.
Vou relatar algo. Quando eu tinha 26 anos, resolvi dar uma virada na minha vida. Nesta época, eu trabalhava como contador em um escritório de contabilidade e fiz isso durante 12 anos da minha vida. A escolha por esta profissão não foi uma escolha pessoal, teve a influência de meus pais. A minha vontade sempre foi trabalhar com comunicação.
Foi quando resolvi lagar a Contabilidade para ser Comissário de Vôo. Como comissário, aprendi muitas coisas interessantes que carrego e que carregarei como aprendizado para sempre na minha vida. Quem já viajou de avião, já ouviu o comissário de bordo dando todas aquelas instruções de segurança.
Entre elas: "em caso de despressurização, deve-se pôr a máscara de oxigênio primeiro em você.". Mesmo que a pessoa ao lado seja seu filho de sete anos.
Ao fazer isso, a pessoa pode cuidar dos outros; neste caso, o egoísmo tem o seu lado positivo.
Quando você pratica o cuidado máximo com você e se coloca em primeiro lugar, fica completamente disponível para os outros. Mas atenção, pois ao fazer do cuidado com você uma prioridade, algo pode ser complicado, porque você tem que lutar contra hábitos muito arraigados.
E para mudar um hábito, nada melhor do que criar outro. Porém, à medida que toma consciência da importância de se cuidar, você começa a prestar mais atenção na voz do seu desejo, e uma força divina dará apoio às suas decisões e tornará a sua vida mais fácil.
Você já deve ter presenciado situações onde a pessoa empresta dinheiro, mesmo sem ter, para um amigo, faz programas sem ter vontade, abre mão do seu descanso para acolher o outro mesmo sabendo que não está ao seu alcance.
Veja que você só pode dar aquilo que não te faz falta. Sei que muitos preferem se ocupar com a vida alheia por carência, e esta é uma outra situação que pede cuidados: aqui o egoísmo se faz necessário.
Mas o que fazer? Uma sugestão que dou é: comece a descobrir quais são os seus desejos, quais são as suas necessidades. Comece a prestar atenção:
você dedica mais tempo cuidando de problemas dos outros ou tendo o cuidado com você? . Uma grande parte das pessoas gasta mais tempo cuidando das necessidades dos outros e deixando suas necessidades em segundo plano.
Bom, acredito que já esteja levantando algumas situações onde você não foi a prioridade, certo? Então convido você a refletir sobre as seguintes questões:

• Cinco coisas pelas quais eu mais sinto gratidão são...

• O que eu mais gosto em mim é...

• O que eu mais desejo é...

• O que eu tenho mais medo é de...

• As atitudes que poderiam mudar a minha vida são...
Agora, diante destas reflexões, entre em ação, peça orientação à sua sabedoria interior para tomar decisões. Preste atenção às respostas que lhe virão espontaneamente à cabeça e aprenda a confiar mais em você.
Então vai perceber que alguns comportamentos egoístas lhe darão mais qualidade de vida, e assim poderá ajudar mais quem está perto de você.
Fonte: http://www.academiadopalestrante.com.br/artigos/voc-em-primeiro-lugar

''A escola como lugar onde os pais depositam seus filhos, não tem futuro.
Ruirá, porque seus muros são feitos do mesmo material que o de Berlim, de Gaza ou de Wall Street.
Como comportas, terão que ser abertas para que as muitas águas façam uma pororoca de modernidade.''

''Não há cartilha que resista ao mar profundo da internet. O pouco material enfadonho de hoje é reduzido à decoreba.''

''Só fica de pé o muro que tem uma fundação verdadeira. Fazer de conta que se ensina, que se aprende, e que nós, pais e sociedade, estamos satisfeitos, só remenda com cimento cola um muro que deveria ter caído há muito tempo.''

( Alguns trechos do artigo na Folha de São Paulo, Caem os muros de Ricardo Semler que é empresário e foi professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. É também autor dos livros '' Virando a própria mesa'' e '' Você está louco.'' )

Kátia.
Pesquisa: bouderline ? inconsiente coletivo ( Jung ) ?
FOLHA DE S. PAULO

O diretor de tecnologia do colégio Bandeirantes, Sérgio Américo Boggio, começou a notar no fim dos anos 90 uma mudança no perfil dos novos alunos. De acordo com ele, esse novo estudante é "multitarefa" e pouco tolerante a frustrações. Para reter sua atenção, Boggio diz acreditar que é preciso desafiar constantemente seu senso comum com exemplos do dia a dia. "Eles ficam invocados e prestam mais atenção."
Folha - Por que o aluno lida mal com frustrações?
Sérgio Américo Boggio - Porque foi pouco exposto a elas na primeira infância. Os brinquedos do passado, como o pião, eram simples. Se viessem com defeito, a criança normalmente tentava consertá-lo. Hoje, os brinquedos são mais complexos; o pião vem com lançador. Se não funcionar, os pais o trocam. Não há frustração. Hoje, aquilo que desobedece a criança a cansa rapidamente. Mas saber lidar com frustrações é essencial para a vida.
Como é possível exercitar essa habilidade na escola?
Uma possibilidade é o uso de oficinas. Criei uma oficina em que o aluno trabalha com objetos do mundo real (madeira, cola) e virtual (software, internet). Estimulo a transição entre esses dois mundos. No processo, sempre surgem imprevistos. Uso a oportunidade para estimulá-los a não desistir, a superar os obstáculos.
 
Evolução da espécie

O contato com as novas tecnologias deve acontecer na idade correta
0-3 anos
Fase de formação motora e visual. Os objetos devem estimular os sentidos. Brinquedos coloridos, que emitam sons e que possam ser levados à boca, são os ideais. A criança pode usar o computador, mas sempre acompanhada por um adulto
Dica
Alguns vídeos e sites infantis estimulam a percepção visual e auditiva das crianças. Exposição excessiva a essas ferramentas pode interferir no desenvolvimento motor, da visão, da fala e da criatividade, já que a capacidade de abstração pode ser afetada

3-7 anos
Idade do faz-de-conta. Jogos que simulam esportes estimulam imaginação, criatividade e agilidade, mas é preciso cuidado com excessos. A partir dos cinco anos, "brincar" com máquina fotográfica ajuda na noção do real e do virtual e aguça a coordenação motora
Dica
É preferível que as crianças brinquem em computadores com um tamanho comum de tela, e não menores, como nos computadores de brinquedo que diminuem a imagem, em vez de ampliá-la -o que é mais indicado para o aprendizado
7-10 anos
Fase da formação de grupos. A noção de amizade se intensifica e é comum dormir na casa de colegas. Nessas ocasiões, a criança pode receber um celular emprestado, para contatar os pais. Não se recomenda ter celulares antes da adolescência
Dica
Até os dez anos está se concluindo o processo de alfabetização. É importante que a escrita manual seja preservada. Trocar a leitura feita em livros pela tela do computador e aparelhos como iPad exige cuidados para não prejudicar a visão


10-12 anos
Os pré-adolescentes ainda precisam de orientação dos pais para o uso de computador, internet e TV. Conteúdo e tempo de exposição devem ser controlados. Jogos de estratégia e interativos são os mais recomendados, pois desenvolvem o raciocínio lógico e abstrato
Dica

É possível consultar na internet que jogos e filmes são inadequados para cada idade. Para conferir classificação indicativa, basta entrar no site do Ministério da Justiça (portal.mj.gov.br/classificacao)
12-15 anos
É nessa faixa etária que o uso do celular é mais aceito entre especialistas. Há mais consciência dos riscos, como contato com estranhos e gastos excessivos. O celular pode servir como ferramenta educativa, porém, ainda é visto com ressalvas por muitas escolas, que proíbem seu uso na aula
Dica
Por ter informações sempre à mão, no celular, o jovem pode perder a capacidade de planejamento do seu dia a dia. É preciso, então, que tenham orientação contínua de pais e professores para que não descuidem de suas tarefas e mantenham a organização
15 em diante
Amadurecimento do conceito de vida em sociedade. Aptos a usar redes sociais como um instrumento de aprendizado e troca de conteúdo. É necessário valorizar os encontros presenciais e ter cuidado com o conteúdo postado nas redes _empresas buscam informações sobre candidatos a emprego também em sites de relacionamento

Dica
Em qualquer idade, é recomendável não utilizar o computador cerca de duas horas antes de dormir. O uso do equipamento prejudica o sono e, consequentemente, a capacidade de aprender. Dormir bem é importante para a consolidação de memórias e a organização cerebral
Fontes: Maria Beatriz de Oliveira, psicopedagoga da Unesp; Teresa Helena Ferreira, psicopedagoga da Unifesp; Neide Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da PUC-SP; Ceres de Araujo, psicóloga da PUC-SP; Elvira Souza Lima, consultora em educação e pesquisadora em neurociência; Adriana Friedmann, educadora

Videogames possibilitam aprendizado por imersão

Ao simular diferentes papéis, aluno adquire conhecimento naturalmente
Mais que entretenimento, jogos eletrônicos começam a ser encarados por educadores como ferramentas pedagógicas importantes.
Um game moderno de futebol, por exemplo, permite que a criança assuma papéis de treinador, diretor ou médico do time. Ao vivenciar essas funções, o aluno adquire uma visão do esporte difícil de obter de outra forma.
Essa capacidade dos games de imergir o jovem em um ambiente virtual seguro, estimula a tomada de decisões rápidas (para avançar no jogo), o espírito investigativo (para descobrir regras e superar obstáculos) e o trabalho em equipe (no caso de jogos on-line multijogador).
Nos EUA, a escola "Quest to Learn" (q2l.org) acredita tanto no potencial educativo de jogos (tanto digitais quanto analógicos) que seu currículo é todo baseado neles.
Em São Paulo, no colégio São Luís, alunos do 8º ano criam jogos para os do 3º ano. Num desses games, o aluno conduz um avião e precisa pousá-lo no Estado do Brasil que possui as características indicadas pelo jogo. Além de games dos próprios alunos, é possível adaptar jogos comerciais para atividades em sala de aula.
O jogo SimCity é usado no colégio Bandeirantes em aulas de geografia. Os alunos estudam aspectos urbanos de São Paulo e, por meio de simulação no ambiente virtual, buscam soluções de planejamento urbano.
No livro "Games em educação" (2010, Pearson), João Mattar, professor de design de games da Universidade Anhembi Morumbi, indica ainda Carmen Sandiego (geografia), Civilization III (história), Dimension M (matemática) e Spore (biologia).
Mas o uso educacional de games enfrenta obstáculos. O primeiro é sua adaptação ao currículo oficial: é difícil equilíbrar didatismo e diversão pura. Outro problema está na avaliação: pontos no jogo equivalem a notas? (LGB)

Robótica ensina valores, afirma pedagogo
Robótica ajuda no desenvolvimento humano dos alunos. Essa é a opinião de Edson Davi Ferraz, pedagogo e professor do colégio São Luís (regial central), onde o curso é oferecido como atividade extracurricular.
Os alunos utilizam material do cotidiano, como latas de alumínio, sucata, parafusos ou canudos para a construção de aparatos com algum tipo de conexão eletrônica a computadores.
"As crianças aprendem a resolver problemas, que são transferíveis ao mundo real, a trabalhar em equipe, habilidade essencial no mundo profissional, e a lidar com as frustrações que surgem durante as montagens", afirma Ferraz. (LGB)

Fontes: Maria Beatriz de Oliveira, psicopedagoga da Unesp: Teresa Helena Ferreira, psicopedagoga da Unifesp: Neide Noffs, coordenadorado curso de psicopedagogia da Puc- SP; Ceres de Araujo, psicóloga da Puc-SP; Elvira Souza Lima, consultora em educação e pesquisadora em neurociência; Adriana Friedmann, educadora.
Alberto Teixeira  
27/09/11 15:40

O maior motor de busca de Internet mundial comemora hoje o seu 13º aniversário.
No início era só um motor de busca, depois começou a partilhar vídeos e a disponibilizar um serviço de blogues e de correio electrónico e agora está no mundo dos 'smartphones' e dos 'tablets' e até já tem a sua rede social. O que mudou na Google em 13 anos?

Fundada em 1998 pelos então estudantes Larry Page e Sergey Brin, o Google começou por ser uma simples página de pesquisa na Internet sediada na garagem de uma amiga comum, Susan Wojcicki, em Menlo Park, Califórnia.

Depressa a página ganhou expressão no mundo online e os financiamentos à empresa não tardaram. Primeiro foi Andy Bechtolsheim, co-fundador da Sun Microsystems, a contribuir com 100 mil dólares. Meses depois, Page e Brin conseguiram um financiamento de 25 milhões de dólares.

No entanto, os capitais investidos não chegaram para fazer face à expansão que os dois fundadores pretendiam. A 18 de Agosto de 2004, o Google entrou em bolsa com o preço inicial de aquisição de 85 dólares. A operação foi um sucesso, rendendo 1,67 mil milhões de dólares. Na primeira sessão valorizou 15% para os 100 dólares. Hoje já vale 538,35 dólares por acção, o que corresponde a uma subida de 533% face ao valor de estreia.

Este passo foi decisivo para reforçar a liderança do Google na net através da compra de outras empresas. Entre as aquisições mais valiosas estão o Doubleclick, empresa de publicidade online, por 3,1 mil milhões de dólares (Abril de 2007), o Youtube por 1,65 mil milhões (Outubro de 2006), o AOL (apenas 5% por mil milhões em Dezembro de 2005), o AdMob (por 750 milhões a 9 de Novembro de 2009), o ITA Software (por 700 milhões a 1 de Julho de 2010) e o Postini (por 625 milhões a 9 de Julho de 2007). Este ano já comprou a Motorola Mobility, unidade de produção de ‘smartphones' e ‘tablets' a funcionar com o sistema operativo Android, por 12,5 mil milhões de euros.

De resto, a missão empreendedora de Larry Page e Sergey Brin tem sido bem sucedida. Em 2010, o lucro do Google situou-se nos 8,5 mil milhões de dólares. E, de acordo com a Forbes, em pouco mais uma década Page e Brin, com 38 e 37 anos, conseguiram construir uma fortuna avaliada em 19,8 mil milhões de dólares cada, ocupando ambos um lugar na lista dos mais ricos do mundo.

Os desafios, porém, não ficam por aqui. Com o aparecimento das redes sociais, o Google perdeu algum fulgor para o Facebook. Para travar a ascensão da rede social fundada por Zuckerberg, Page e Brin já apresentaram o Google+, que em três meses atingiu a marca de 50 milhões de utilizadores.
Leiam e opinem! Como você acha que podemos e devemos ensinar os nossos alunos?

 

ANNA VERONICA MAUTNER

Numa época em que ter uma falha apontada é visto como humilhação, como ensinar e aprender?


ALUNOS AMEAÇAM face a face professores em sala de aula. Ameaçam por quê? - perguntar-se-ia há 50 anos.
Nos meados do século passado, enfrentar um professor era dificilmente concebível. A hierarquia era uma regra que se impunha por si só.
O respeito mútuo -pois o professor também respeitava o aluno -acompanhava a tradição.
Existiam piadas sobre o rato ou o sapo que Juquinha punha no caminho da professora, para assustá-la. Mas, no corpo a corpo, isso não acontecia; nem nos sonhos mais ousados.
Ouvi contar que alunos, escondidos, esvaziavam o pneu do carro de um professor, jogavam água ou tinta em diário de classe.
Em escolas religiosas, esse tipo de manifestação rebelde inexistia ou, pelo menos, era bem mais encoberto.
Queixar-se de professor era comum, mas pelas costas. Disfarçar e dissimular os conflitos e as simpatias era algo comum.
Não estou aqui para defender esses recursos usados pelas gerações passadas. Mas o seu uso contribuía para que fosse exercitada a capacidade de tolerar frustrações e desconfortos, sem levá-los às últimas consequências.
Toda escola tinha uma professora que era a mais amada e aquelas que eram o pesadelo de todos. "Cair com dona Iolanda? Que horror!" Mas dona Iolanda existia e cabia a uns tantos alunos aguentar algum ano com ela.
(Falo, como vocês estão vendo, de um tempo em que os mestres acompanhavam muitas gerações, professores ficavam numa mesma escola por décadas.)
É difícil imaginar um mestre que possa exercer sua competência pedagógica sem autoridade para corrigir erros. Comportamento tem que ser corrigido, assim como caligrafia, apresentação de trabalhos e conteúdos.
Numa época como a nossa, em que ter uma falta ou falha apontada é visto como humilhação, e a repetição e a imitação são um martírio, como ensinar e como aprender?
Impor cânones é visto como autoritarismo. Exigir boa apresentação e cobrar demonstração do que foi aprendido é visto como forma leve de perseguição. A imposição de tarefas não criativas, não inventivas, é tediosa e deveria poder ser evitada.
Assim não se ensina e nem se aprende. Tentativa e erro, repetição, verificação, correção são o caminho para a assimilação.
Para que eu me aproprie de um novo saber, é preciso verificar se o conteúdo (dois e dois são quatro) é correto.
Se isso já foi aprendido, meu saber pode ser colocado à prova, apresentado de forma oral ou por escrito, para verificação.
Professor com medo do aluno, como qualquer ser humano, vai evitar esse desconforto. Vai observar pouco, vai verificar o estritamente necessário, vai fugir do eventual confronto.
Assim não se adquire método de trabalho, não se aprende ordem e conteúdo.
Não se nasce sabendo. Comportamentos se treinam. Num ambiente de medo, o treinamento vira uma série de falhas. Onde domina o medo do erro, onde se evita a falha em vez de corrigi-la, onde se evita o confronto, se aprende pouco.

ANNA VERONICA MAUTNER , psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, é autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ágora)
MUITAS COISAS mudaram nas últimas décadas. Algumas são mais evidentes, como o aumento do uso de telefones celulares (segundo a Anatel, são 191 milhões no Brasil, mais do que um por habitante). Outras mudanças são menos óbvias, como o aumento do isolamento urbano e a pandemia de depressão.Uma transformação recente de que quase ninguém fala é a extinção de algumas palavras. Pode parecer uma bobagem vernacular, mas não é. A linguagem (ainda) é a forma mais eficiente para a transmissão de ideias. Um termo que desaparece ou tem seu significado esvaziado costuma indicar que são poucos os que ainda pensam no assunto.
"Original", por exemplo, é uma palavra que perdeu importância e vem, aos poucos, perdendo o sentido. À medida que produtos, serviços e relações são cada vez mais compostas de ideias e cada vez menos de matéria, ter originalidade perde relevância. Por mais criativas que sejam, ideias não têm substância. É impossível encontrar sua semente original, seja para preservá-la ou para destruí-la.
Outra palavra que desapareceu foi o Futuro. Assim, em maiúsculas, o grande Futuro substantivo, a Utopia para a qual seguiríamos de mãos dadas. Mesmo sendo fundamental para a construção de praticamente todas as sociedades e religiões ocidentais, ele vem desaparecendo. Ainda se fala no amanhã, no porvir, em tempos futuros. Mas eles são vários, individuais, pequenos. Falar em um único e abrangente Futuro parece, ironicamente, uma coisa velha e ultrapassada.
Não se sabe exatamente quando foi que pararam de falar nele. Desde a metade do século passado, a migração e a urbanização misturaram culturas, valores e ideais de uma forma sem precedentes, eliminando absolutos e certezas. E, onde não há unanimidades, não se pode determinar com precisão o caminho a seguir.
No início da década de 80, filmes como "Blade Runner" já anunciavam que o mundo daqui a alguns séculos poderia ter as mesmas contradições do presente. Anos mais tarde, o "bug" do milênio removeria qualquer esperança pela Era de Aquário, mesmo que seus danos tenham sido mais imaginários do que palpáveis.
O Paraíso e o Armagedom caminham de mãos dadas. Eles estão sempre próximos, mesmo que nunca se manifestem. Em uma economia de ideias, símbolos são mais tangíveis do que originais.

(Luli Radfahrer- folha@luli.com.br
)
FONTE: Folha de S.P
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Uma notícia boa!
Ong constrói centro infantil de cuidaados paliativos em São Paulo.
Artigos assim gostaria de estar mostrando todos os dias.
Leiam , vale a pena!


A construção do primeiro hospice pediátrico do Brasil começou ontem em Itaquera, zona leste de São Paulo. A iniciativa é da ONG Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).


Os hospices são casas para os doentes sem chance de cura passarem as últimas semanas de vida, com todo o suporte médico de que precisam, mas ao lado da família e sem o ambiente e as restrições típicas de um hospital.


O espaço vai se chamar Hospice Francesco Leonardo Beira, em homenagem ao garoto Francesco, que morreu aos 11 anos de um tumor cerebral. Parte do projeto foi financiada com a poupança do menino que, diferentemente das crianças atendidas pelo Tucca, era de família rica.


O hospice deve ficar pronto em oito meses. O Tucca, hoje, recebe pacientes de todo o país, em parceria com o Hospital Santa Marcelina, e atende 35 crianças por dia.


Segundo o oncologista Sidnei Epelman, presidente do Tucca, as taxas de cura de quem procura atendimento é de 80%. O hospice receberá os outros 20%.


Serão três suítes, para receber até três famílias grandes. "O hospice tem um caráter qualitativo e intimista. Nos últimos meses de vida, tem de dar conforto e carinho para a criança e a família", diz o oncologista.


A técnica em enfermagem Priscila Isacksson, 28, de Macapá (AP), chegou a São Paulo há três meses com filha Payla, 7, que tem leucemia e está em tratamento na associação. "Minha filha prefere ser tratada aqui no Tucca do que no hospital, mas já quer ir para casa."

Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Por Mariana Pastore

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Ainda estou chocada com o que aconteceu em São Caetano...
Qual a motivação de uma criança que aos dez anos de idade, atira na professora e se em si próprio? Violência banalizada? Dificuldade em lidar com frustrações? Sentimento reprimidos? Frequente exposição à temas violentos?
E o mais apavorante de tudo isso, é a sensação de desproteção, impotência, falta de atitude...
Não quero comentar mais sobre o caso. Estou triste e , como já disse, chocada...
Solidarizo-me à dor da família, amigos e colegas .
Kátia
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ADORO tudo o que a Rosely Sayão escreve no Suplemento Equilíbrio da Folha de SãoPaulo todas as terças. São artigos voltados à criança, adolescente e educação em geral.
Esta semana ela abordou sobre uma velha discussão entre Pais e Escola: "São os pais que não educam ou é a escola que dá chance para os alunos aprenderem o que não deveriam?"
Neste artigo, Sayão descreve a colocação de uma mãe de um garoto de cinco anos, que diz que o filho tem aprendido a fazer tudo o que ela não quer, na escola.Já a diretora da escola, reclama da falta de educação das crianças e responsabiliza os pais por isso.
Neste ponto, a autora levanta interpretações relevantes a respeito da conduta das crianças que devem ser observadas por todos.
Primeiro, temos que admitir que as crianças atuam, muitas vezes, de forma provocativa, transgressora e desafiante ( principalmente na relação com autoridades ) .
Segundo, a educação das crianças contemporâneas não está apenas nas mãos da família ou escola; '" a cidade educa, a mídia educa, a sociedade educa, etc..."
Concluindo, Rosely Sayão alerta que quando a criança faz algo errado, a culpa pode não ser nem da família , nem da escola. Contudo, isso não exclui a responsabilidade de ambas as instituições de insistir nas boas lições e ( agora uma inclusão minha ) repreensões quando necessárias.
Kátia
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