É um assunto inesgotável. Não quero parecer chata e nem "chover no molhado", mas não consigo calar-me diante de fatos óbvios. É claro que pensarmos numa solução simplista e sem profundidade a respeito da proposta de aumentar a carga horária de escolas públicas, é fundamentalmente...VAZIA! De acordo com os dados da OCDE ( Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), somente a Coreia possui 220dias letivos. A Dinamarca tem os mesmos 200 dias definidos pela nossa Lei de Diretrizes e Bases. A Noruega, Inglaterra, Eslovênia e Chile possuem 190 dias. A Finlândia, país que apresenta o melhor desempenho escolar segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), possui 188 dias. (Informações extraídas do Suplemento Tendências e Debates por Rudá Ricci ).
As pesquisas mostram também que os resultados estão intrinsecamente relacionados com a proximidade do educador com alunos e sua família. Essa é uma questão tantas vezes abordada, contudo tão pouco explorada com profundidade. Mais uma vez fica ressaltada, como resposta a esses dados, que educação só obtem resultado positivo quando passa a ser vista e tratada, dentro de uma abordagem humana e abrangedora de tudo o que faz parte dqa vida dos alunos. Não adianta um trabalho em grande escala sem abrangência. Como li no jornal, " pequeno é melhor quando se trata de educação e desempenho escolar ". Os professores serão sempre o melhor "marketing" , por isso sua estabilidade, adequada remuneração, investimento na carreira são fatores fundamentais. Os diretores devem conhecer bem seus alunos, pais, comunidade e assim por diante. Tudo isso proporcionará melhores resultados escolares.
Quanto às boas notícias que me referi no título, dia respeito à duas medidas que o governo do Estado de São Paulo tomou quanto ao ensino público.
Primeiro, estipulou concurso para o ingresso na carreira do magistério premiado.
Segundo, colocou esses professores concursados em um curso semestral de especialização, livres de qualquer outra incumbência e recebendo seus salários regularmente.
E mais: quer reformular a grade curricular do ensino médio, dando um maior equilíbrio entre as disciplinas, fazendo com que as ciências naturais e  as humanidades sejam mais exploradas na programação , na escolha de áreas aos alunos do terceiro ano. Isso contribuirá na formação geral do jovem brasileiro, bem como na ampliação de sua cultura geral.
Ainda nesse campo, gostaria de parabenizar a iniciativa da professora Ana Paula Rodrigues, 36 anos, do Rio de Janeiro. Sensível ao problema de evasão escolar e indisciplina em sua sala de aula ( com alunos entre 14 e 16 anos), ela passou a ir pessoalmente à casa dos estudantes , um a um, e conversar com os pais. Começou pelos faltosos. Esse procedimento foi tomado depois de não conseguir falar com os familiares em reuniões na escola. Como resultado, tem conseguido melhorar a questão disciplinar e dos oito alunos cronicamente faltosos do início do ano, seis voltaram a frequentar normalmente as aulas. 
Exemplos assim devem ser divulgados.
Num mundo tecnológico como o nosso, na era "Steven Jobs", onde a tecnologia é marco histórico, não se pode esquecer que para aprender a manipulá-la e lidar com ela adequadamente, falta ainda o principal: o lado humano , amoroso, afetivo. E isso só encontramos na figura dos professores sensíveis, observadores, perspicazes...Como Marta Suplicy escreveu em sua coluna, e me aproprio de suas palavras para concluir meu texto: " Será dessa mediação, daquela palavra de estímulo na hora certa ou da caçoada, da humilhação ou da falta de paciência que dependerá o êxito da aprendizagem. Esse mundo da tecnologia depende , e muito, do velho e eterno mestre".

Temos aí os ingredientes para que a Educação dê certo:
-Bom senso para reestruturar reformas
-Investimento no Magistério (figura do profissional do Magistério!)
-Profissionais capacitados e apaixonados pelo trabalho
Agora é só acreditar e fazer acontecer.
Kátia

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Charles Netto disse...

Obrigado por partilhar em posts boas notícias e e sobre educação é tudo de bom mesmo, valeu!